Após passar pela crise, provocada pela pandemia da Covid-19, a previsão é de que o Brasil volte a crescer em 2021. Mas, o crescimento será de herança estatística, ou seja, se comparado com a média de 2020, será praticamente nada. “Talvez, o PIB mostre crescimento de 4% porque o quarto trimestre foi bom, a média puxa, mas tirando a herança estatística, acho muito difícil o Brasil crescer mais que 1,5%”, afirmou Prof. Roberto Dumas, mestre em Economia, comentarista de economia internacional, com mais de 30 anos de experiência, no “Programa Filtra Ação”, canal de conteúdo online no YouTube da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais e das revistas Meio Filtrante e TAE, no dia 11 de dezembro.

Dumas citou cinco fatores preocupantes para a economia brasileira – China com a tecnologia 5G da Huawei, pressão da agenda ambiental, teto de gastos, Selic e exportações.  

Desde 2013, a China é o principal destino de exportação do Brasil. Em 2019, a China adquiriu 28% do total das exportações brasileiras, à frente da União Europeia com apenas 16%. “Se cercearmos investimentos chineses no país ou a entrada da Huawei, nosso principal parceiro comercial, certamente, nos retaliará”, advertiu. Já os principais compradores de proteína animal também poderão retaliar com a transferência da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. Sobre a Argentina, outro destino das exportações, disse que está em recessão e a amizade com o presidente Alberto Fernández não é das melhores.

Poderá ocorrer também pressão para agenda ambiental. Comentou que Biden já rangeu os dentes para o Brasil em debate entre os candidatos, prometendo impor perdas econômicas, caso o país não apresente um plano de combate ao aumento das queimadas da Amazônia. “Isto colocará os Estados Unidos mais próximos dos 28 países da União Europeia, principalmente, França e Irlanda. Justamente, países mais reticentes em ratificar o acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a União Europeia, por tópicos ambientais”, explicou. Com Biden, o Brasil será pressionado pelos EUA em sua agenda ambiental.

Falou também sobre o teto de gasto, outra dificuldade a ser enfrentada. “Se romper o teto de gasto, o financiador da dívida pública pedirá mais juros e aí os investimentos e o consumo caem”, ressaltou. Já sobre a Selic, disse que deverá subir em 2021, pois, para ele, o teto de gasto será rompido. 

Sobre a pandemia do coronavírus, disse que provocou uma crise sem precedentes, gerando queda simultânea de demanda e oferta. Dumas disse que o isolamento social e o colapso das receitas das empresas, principalmente das micros e pequenas empresas, adiam os investimentos. “Ainda, que os programas emergenciais mantenham parte do emprego, diversas empresas acabam não sendo beneficiadas, contraindo mais ainda a receita das famílias e consumo”, acrescentou Dumas, lembrando que há necessidade de evitar a destruição do capital econômico das micros e pequenas empresas, pois são as que mais empregam no país. 

Durante a palestra, demonstrou outras preocupações para achatar a recessão e a curva de infecção – contas fiscais, trabalhadores informais e invisíveis e moradias tipo favelas. “Endividamento público é o maior problema, mas há também o fato de que a ajuda demora a chegar aos invisíveis”, comentou.

O presidente da Abrafiltros, João Moura, encerrou a 39ª edição do Programa Filtra Ação do ano, fazendo um balanço do programa, que contou com média de 60 participantes por encontro, totalizando mais de 1.000 inscritos, mais que o dobro quando comparado aos encontros presenciais realizados em 2019. Ainda segundo o presidente, foram mais de 50 palestrantes convidados, levando ao longo do ano, muita informação e conhecimento aos públicos que interagem com a associação.

Para 2021, o Programa Filtra Ação continuará de forma online e sendo apresentado mensalmente, através do Canal TV Filtros. 

Interessados em assistir a íntegra do programa do dia 11 de dezembro ou os demais 38 programas de 2020, devem acessar a TV Filtros, no YouTube (https://www.youtube.com/tvfiltros). 

Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água e efluentes – ETA e ETE, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.

 

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