Atualizado há 1 ano

Painel de filtração residencial do 2º Seminário Brasileiro de Filtros destaca perspectivas para o setor

Previsão de crescimento do mercado de filtração residencial é de 10% em 2024
 
O painel de filtração residencial, apresentado no 2° Seminário Brasileiro de Filtros, promovido pela Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, realizado, no dia 8 de novembro, em formato online, contou com análises de mercado de especialistas. 
 
Edgar Mascarenhas, Especialista em Desenvolvimento de Mercado/Inovação e um dos diretores do departamento técnico da ABRAFIPA –  Associação Brasileira das Empresas de Filtros, Purificadores, Bebedouros e Equipamentos Para Tratamento de Água, na palestra “Tendências e Perspectivas para o mercado de filtros e purificadores de água” comentou que o mercado de filtros residenciais possui mais de 50 anos, época em que foram introduzidos os purificadores de água, e que a previsão de crescimento é de 10% em 2024. “Cerca de 1,5 milhão de unidades de purificadores de água são vendidos por ano, sendo 87,5% do volume adquirido como primeiro produto e 12,5% se referem ao mercado de reposição”, afirmou. 
 
Destacou a importância para o mercado de filtração residencial da maior conscientização do consumidor com relação à qualidade da água. “Como fazer com que o purificador de água se torne aspiracional ou desejável?”, questionou o palestrante, respondendo: “Precisamos fazer um bom trabalho não só com relação aos produtos, ao design, tecnologia, mas também atuando também na conscientização dos consumidores”.
 
Segundo Mascarenhas, o marco do saneamento também faz com que o tema água seja cada vez mais relevante. Há estudos que apontam para investimentos da ordem de mais de 500 bilhões de reais na próxima década e outros que já falam em mais de 1 trilhão de reais na área de saneamento. Lembrou do programa Descarte Consciente Abrafiltros, da logística reversa de filtros usados de óleo lubrificante automotivo, que de 2012 até outubro de 2023, já reciclou mais de 36 milhões de unidades e que, segundo o palestrante, também tem a ver com água e meio ambiente.
 
Falando ainda de futuro, disse que continuarão trabalhando com o Selo ABRAFIPA, com o objetivo de aumentar o número de elementos filtrantes avaliados. “Os purificadores contam com certificação compulsória do INMETRO, mas não os refis ou elementos filtrantes, por isso, a associação criou a sua própria certificação, voluntária, atestando a qualidade destes dispositivos”, afirmou. 
 
Números do mercado de filtros residenciais – Atualmente, possui 30 milhões de unidades comercializadas. Nos últimos 2 anos, registrou crescimento de 10%, tem 54% de penetração, segundo pesquisa PNAD e, portanto, um mercado com muito potencial para ser trabalhado. Há 5 mil pontos de vendas, fora o comércio on-line, segundo Mascarenhas. 
 
Durante a apresentação, detalhou os tipos de produtos – filtro de barro, que atua basicamente com tratamento de particulados; de torneira, que tem maior penetração na região Sul do país; purificador, grande objeto do mercado; e dispositivo de melhoria ou elemento filtrante ou refil, que gera boa receita.
 
Dificuldades e desafios do mercado – Entre as dificuldades do mercado, destacou: melhoria da fiscalização por denúncias através da ABRAFIPA junto à Ouvidoria do INMETRO; geração de valor no trabalho da associação, com melhoria de prestação de serviços, a fim de atrair novos associados; e unificação com apoio dos fabricantes. “O INMETRO tem o poder de sensibilizar os órgãos competentes do governo para promover as sanções já previstas”, comentou Costa, ressaltando também que a união e parceria dos fabricantes com a associação é fundamental para buscar os interesses em prol do desenvolvimento do setor. Entre os desafios, apontou o aumento da capilaridade no território nacional e conseguir manter a credibilidade do segmento perante a população, mesmo com a degradação da qualidade da água distribuída.
 
Em seguida, teve início o Momento Acadêmico, que tem como finalidade o fortalecimento da relação entre a indústria e academia, bem como apresentar estudos que visam o desenvolvimento de cada segmento. Mascarenhas comentou os resultados do trabalho “Contaminantes emergentes em matrizes aquáticas do Brasil: cenário atual e aspectos analíticos, ecotoxicológicos e regulatórios”, dos autores Cassiana C. Montagner, Cristiane Vidal e Raphael D. Acayaba, do Instituto de Química, Faculdade de Tecnologia, Universidade Estadual de Campinas. 
Inicialmente, explicou que contaminantes emergentes são aqueles que têm sido identificados recentemente em sistemas aquáticos e que não eram monitorados ou regulamentados em padrões de qualidade de água, como subprodutos de desinfecção, hormônios, fármacos, cafeína, produtos de higiene pessoal, drogas ilícitas, compostos industriais e pesticidas.
 
Entre os principais destaques do estudo, Mascarenhas citou que as análises de água tratada no Brasil abrangeram 124 contaminantes, e que cerca de 45% dos compostos foram quantificados em concentrações acima dos limites de detecção dos métodos analíticos. Além da cafeína, outros contaminantes, como glifosato, ácido aminometilfosfônico, compostos de protetores solares e pesticidas organoclorados foram encontrados em água tratada. Em São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte apresentaram altas concentrações de cafeína, atrazina e bisfenol, indicando, assim, não só preocupação com a qualidade da água em várias regiões metropolitanas, mas também que os processos convencionais nas Estações de Tratamento de Água (ETA) não são eficazes na remoção de muitos contaminantes, especialmente, interferentes endócrinos. Alertou também que a cloração reduz as concentrações, mas gera subprodutos tóxicos. “Métodos avançados como ozonização, processos oxidativos e filtração em membranas são necessários como tratamento terciários para remover contaminantes emergentes, garantindo a qualidade da água distribuída à população, preservando não apenas a oferta, mas a saúde humana e a biodiversidade aquática”, concluiu.
 
“Normas técnicas e regulação para filtros, purificadores e bebedouros” foi o tema abordado na última palestra do painel da filtração residencial por Alexandre Augusto Domingues, CEO da Ulfer Purificadores de Água e atual Presidente da ABRAFIPA. “A entidade se preocupa com dois pontos – em fazer não só com que o governo e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) faça com que água chegue a nossas casas com melhor qualidade e, para isto, apresentamos alguns estudos e trabalhos como este relatado por Mascarenhas, mas também em deixar nossas normas técnicas cada vez mais rigorosas para que mesmo, que ela chegue com alguns contaminantes, o purificador consiga melhorá-la”, disse.
 
Ele explicou que o tratamento é o que faz a água bruta virar potável e o que se espera que seja feito pela distribuidora. A filtragem, que retira os sólidos, como em filtros de barro; a purificação, que se preocupa também em retirar elementos químicos, gosto e cheiro da água, e a desinfecção, que elimina os riscos de contágio patogênicos, estão relacionadas aos filtros purificadores. 
 
Atualmente, no segmento, há duas normas: ABNT 16.098, relacionada à melhoria da qualidade da água, e ABNT 16.236, de eficiência energética para purificadores mais completos que gelam a água, ambas tiveram participação da ABRAFIPA na elaboração. “Essas normas são a base para a certificação, que começou como voluntária no início dos anos 2000 e logo se tornou compulsória. Todos os purificadores de água obrigatoriamente precisam passar pela certificação do INMETRO”, ressaltou. O processo de certificação é regido por duas Portarias 344/2014 e 394/2014, unificadas na Portaria 102, que se reporta à Portaria Geral 200/2021 – RGCP. 
 
Com relação à melhoria da qualidade da água, o Selo do INMETRO se refere à retenção de partículas (classes A – F), redução de cloro livre (com/sem) e eficiência bacteriológica (com/sem). “O desafio dos fabricantes de purificadores é fazer produtos que atendam a retirada de partículas e poluentes e trazer vida útil para o equipamento”, disse. Já em eficiência energética, está relacionado o consumo de energia (kW/mês), capacidade de fornecimento de água gelada (L/h) e eficiência energética (kW/l). Domingues também falou que ensaios obrigatórios técnicos, hidráulicos, como fadiga, testes de pressão hidrostática, ensaios de segurança elétrica, não aparecem no Selo do INMETRO. 
“Os elementos filtrantes, refis de reposição, não passam por certificação do INMETRO, o que é um risco muito grande, apesar de a associação atuar junto à instituição para que essa certificação se estenda para esses produtos”, ressaltou o presidente da ABRAFIPA, explicando que, por isso, a associação criou a certificação voluntária para trazer mais segurança à qualidade dos refis. “O objetivo da nossa certificação voluntária, que segue os mesmos critérios da certificação de produtos do INMETRO, é garantir ao consumidor que o produto irá manter a performance de purificação do original. Hoje, já são 51 dispositivos de melhorias certificados pela associação”, concluiu.
 
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
 
Mais informações:
Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa
Jornalista responsável – Majô Gonçalves – MTB 24.475
www.versoassessoriadeimprensa.com.br

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