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Abra Talks aborda a relação entre Sustentabilidade e Desenvolvimento Humano
A consultora Carlla Zanna discorre sobre objetivos, metas, avanços e dados relacionados ao progresso social.
A “Agenda 2030”, como ficaram conhecidos os 17 ODSs – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – e as 169 meta, surgiu de um processo global e participativo coordenado pela ONU, no qual se envolveram governos, sociedade civil, iniciativa privada e instituições de pesquisa. Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), composta por 193 Estados-membros da ONU definiu que esse seria o conjunto de metas mundiais que tem como propósito atender as necessidades do planeta, conduzindo-o por caminhos mais sustentáveis e ações transformadoras. Para atingir objetivos tão ousados, o plano de ação foi pensado em quatro frentes: social, ambiental, econômica e institucional.
Muito já foi feito, entretanto, apesar dos avanços conquistados, “as pesquisas mostram que estamos 62 anos atrasados em relação ao cumprimento dessas metas”, contou Carlla Zanna, consultora de Desenvolvimento Humano, durante o sétimo episódio do Abra Talks da ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, transmitido pela TV Filtros/Youtube. Ela comentou ainda sobre “o surgimento recente (2020) dos IDGs – Inner Development Goals, que tem como proposta estimular a ação dos indivíduos frente a esses desafios para não deixar a responsabilidade apenas com as organizações e órgãos governamentais”.
Segundo a consultora, a história dos IDGs começa oficialmente quando Tomas Björkman, financista, escritor e empreendedor social, fundador da Fundação Ekskäret, se reúne com Erik Fernholm, co-fundador do app 29K e Jakob Trollbäck, design gráfico e fundador da Agência de Sustentabilidade The New Division, para discutir sobre o futuro e a sustentabilidade do planeta. “Esses três profissionais acreditam na educação e no desenvolvimento humano como caminhos para um mundo melhor”, afirma Carlla. Inclusive , ela conta que o trabalho realizado na fundação de Björkman, assim como seus livros – em especial o The Nordic Secret: A European story of beauty and freedom – tem como base o conceito “Bildung”, que se refere à educação como processo que almeja a completude do indivíduo; surgiu na Alemanha entre os anos de 1770 e 1830. “Os jovens eram estimulados a passarem meses numa instituição para se desenvolverem internamente antes da sua formação acadêmica e sabemos que países que seguiram essa abordagem, conseguiram maiores índices em sustentabilidade”, comentou.
Voltando aos IDGs, Carlla conta que um pouco depois juntam-se a esses três visionários, um grupo de pesquisadores, especialistas e profissionais em desenvolvimento de liderança e sustentabilidade para, com base numa compreensão científica do desenvolvimento humano, discutirem o que seria necessário para engajar as pessoas numa ampliação de consciência e mudanças de comportamento, necessárias para seguirmos com um mundo melhor e um futuro sustentável para todos.
O resultado da primeira onda de pesquisa (mais concentrada nos países do hemisfério norte) identificou um conjunto de 23 competências, que foram organizadas em 5 pilares – SER, PENSAR, RELACIONAR, COLABORAR e AGIR – e, com isso, cria-se uma estrutura global que possa simplificar e tornar mais acessível o conhecimento que já existe na área de desenvolvimento humano. “As competências não trazem nada muito disruptivo, mas o jeito de pensar e estruturar é diferente. Os IDGs surgiram como um movimento de cocriação para o mundo, por isso propõem uma linguagem simples e comum ao abordar necessidades de desenvolvimento interior. É um movimento aberto! Os IDGs foram colocados á disposição da internet para que todos que tenham interesse possam acessar o seu conteúdo”, afirmou.
Os IDGs tem base na Suécia e a forma de chegar a quaisquer outros lugares tem sido através da criação de hubs locais. Atualmente, há aproximadamente 400 hubs no mundo, sendo 40 no Brasil. É simples criar um hub, basta ter o impulso e acessar o site dos IDGs, o material é livre e tem um processo simples a ser seguido, inclusive com um kit de ferramentas de aplicação. “O foco é o desenvolvimento interno de cada indivíduo para que possamos contribuir com um nível de consciência muito maior e mais responsabilidade no processo de construção de ações efetivas para um planeta mais sustentável”, destacou.
Na África e América Latina, por exemplo, existem países que já utilizam os IDGs em políticas públicas. Esse fato, inclusive, deu origem a uma nova onda de pesquisa para identificação e ampliação das competências, privilegiando a inclusão de novas regiões do mundo (hemisfério sul). Carlla comentou que “o Brasil tem feito um grande esforço para contribuir com essa iniciativa, pois deseja ser protagonista desse processo chegando a um milhão de respondentes”.
IDGs e o setor corporativo – De acordo com a consultora, há uma crença de que esse tema deve ser endereçado ao departamento de Recursos Humanos e, geralmente, acaba sendo assim, mas não é obrigatoriedade. Todas as empresas podem ser parceiras dos IDGs e todo mundo pode colocar na sua forma de agir as competências ligadas aos IDGs e, para isto, as pessoas que estão estudando podem ajudar nas implementações. “O papel da liderança é sempre fundamental. Todos os líderes formais ou informais dentro de uma empresa acabam influenciando outras pessoas e eles devem ter essa percepção e tomar para si essa responsabilidade”, disse Carlla, acrescentando que é preciso de consciência para conseguir fazer, a partir do interior, a mudança que se quer ver fora, no mundo. Lembra que isto não é novo, citando uma frase de Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Desenvolva-se, aja e contagie outras pessoas”, essa é a dica da consultora.
Segundo Carlla, no Brasil, os IDGs ainda não possuem parceiros corporativos, mas existem parceiros globais que, possivelmente já estejam sentido reflexos nas operações brasileiras. Disse que a ideia é informar e disseminar cada vez mais o conhecimento por meio do movimento dos IDGs.
Como integrar iniciativas às ODSs – Carlla recomendou: “Tenha atenção às suas escolhas, na forma como você trata as pessoas, naquilo que você está deixando como legado, seja exemplo, esteja presente e saiba que sozinho não é possível fazer nada”.
Comentou que as organizações vão continuar a exigir resultados e lucro. Mas, este não é o problema. “O que muda é como as pessoas vão fazer isto”, disse. Citou o movimento do capitalismo consciente, e que há representantes nos IDGs no Brasil. “Produtividade deve ter humanização e não robotização. Devemos olhar o humano como humano cada vez mais, e é isto que fará a diferença dentro das organizações, comunidades, sociedades”, afirmou a consultora, explicando que as pessoas estão tão acostumadas com a robotização dos processos nas organizações que se esquecem das próprias necessidades e não há como ser produtivo sem o atendimento das próprias necessidades.
Pandemia e o desenvolvimento das pessoas – Carlla acredita que a pandemia acelerou alguns processos, como as tecnologias digitais e o adoecimento psicoemocional e físico das pessoas, pois nós não estávamos preparados. O assunto foi ganhando visibilidade, as pessoas começaram a querer falar sobre isto. No entanto, não foi somente a pandemia, há o contexto mundial, as cobranças, a produtividade enlouquecedora, e o nível de exposição, levando para tudo que está fora e não o que está dentro da pessoa. “Os IDGs chegam para nos dar um alerta: olha para dentro, olha o que você pode fazer para si e valoriza o que você tem de melhor”, enfatizou Carlla. Ela lembra que existem vários fatores fundamentais para que as pessoas se sintam confortáveis e saudáveis novamente, um deles é a segurança psicológica e o outro é a compreensão do nível de complexidade que envolve nossa existência “Aquilo que eu faço aqui reflete em outras pessoas e desencadeia uma série de ações com impactos em indivíduos que eu nunca vi na vida”, ela exemplifica.
Carlla acredita que a questão central da segurança psicológica é a coragem. “Só erra quem faz e errar faz parte do processo de aprendizagem. Estamos todos aprendendo e tomando maior consciência de que mundo é este. Só vamos ser sustentáveis como planeta quando entendermos que todos fazem parte do mundo. Todos têm potencial para agir e a partir de suas ações construir um mundo diferente”, finalizou.
O Abra Talks tem patrocínio do Grupo Supply Service. O vídeo completo sobre o tema “Sustentabilidade e Desenvolvimento Humano”, com Carlla Zanna, psicóloga que atua no desenvolvimento humano, também é coach, mentora, consultora de base antroposófica membro do International Coaching Federation, associada da comunidade de negócios EcoSocial e participante da Rede de consultores independentes Almear, pode ser acessado no canal da TV Filtros no Youtube: https://www.youtube.com/tvfiltros.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial, tratamento de água, efluentes e reúso, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
Mais informações:
Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa
www.versoassessoriadeimprensa.com.br
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